sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Coletânea - Rokk í Reykjavík (1982)



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Tracklist
........................CD 1
01. Vonbrigði - Ó Reykjavík (2:36)
02. Egó - Sieg Heil (2:00)
03. Fræbbblarnir - Gotta Go (1:49)
04. Purrkur Pillnikk - Óvænt (1:12)
05. Þeyr - Rúdólf (2:55)
06. Q4U - Creeps (1:55)
07. Egó - Breyttir Tímar (2:32)
08. Bodies - Where Are The Bodies (5:20)
09. Tappi Tíkarrass - Hrollur (2:47)
10. Baraflokkurinn - Moving Up To A Motion (3:26)
11. Spilafífl - Talandi Höfuð (3:09)
12. Þursaflokkurinn - Í Speglinum (4:13)
13. Friðryk - Í Kirkju (2:53)
14. Start - Lífið Og Tilveran (3:32)
15. Grýlurnar - Gullúrið (3:19)
........................CD 2
01. Egó - Sat Ég Inni Á Klepp (3:45)
02. Purrkur Pillnikk - Gluggagægir (3:19)
03. Tappi Tíkarrass - Dúkkulísur (2:57)
04. Mogo Homo - Bereft (3:25)
05. Jonee Jonee - Hver Er Svo Sekur (2:50)
06. Þeyr - Killer Boogie (2:55)
07. Bodies - Kick Us Out Of The Country (2:04)
08. Jonee Jonee - Af Því Pabbi Vildi Það (1:50)
09. Fræbbblarnir - Í Nótt (2:06)
10. Vonbrigði - Guðfræði (3:20)
11. Egó - Stórir Strákar (3:15)
12. Q4U - Gonna Get You (1:28)
13. Q4U - Toys (2:07)
14. Sjálfsfróun - Lollipops (3:04)
15. Sjálfsfróun - Antichrist (1:14)
16. Sjálfsfróun - Sjálfsfróun (0:51)
17. Bruni BB - Af Litlum Neista Verður Mikið Mál (2:40)
18. Sveinbjörn Beinteinsson - Rímur (2:08)

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......Rokk Í Reykjavík foi o segundo documentário dirigido por um dos mais festejados cineastas islandeses, Fridrik Thór Fridriksson.......Rokk Í Reykjavík (1982) integrou a trilogia que estabelece o início das atividades cinematográficas de FTF, com The Blacksmith (1981) e Icelandic Cowboys (1984). FTF é responsável por alguns dos mais bem-sucedidos títulos da cinematografia moderna islandesa. É um colecionador de prêmios, seus filmes servidos com petiscos finos nos festivais descolados do planeta. Só Children of Nature faturou mais de vinte prêmios internacionais, com direito a ter sido indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1993. Disponível no Brasil nas melhores lojas do ramo! FTF prestou ainda tributo "tornatoriano" ao cinema com Movie Days (1994) elogo em seguida emplacou com o cult Cold Fever (1995). Na quebrada do milênio, FTF chega à telona com sua versão agonizante, redentora?, do livro Angels of the Universe, best-seller local da "personalidade" literária Einar Már Gudmundsson, uma históiria de anjos. E queda.
......Rokk Í Reykjavík é o registro documental do olho do furacão punk islandês. Com bastante bossa cinematográfica, planos ousados para a época, boas sacadas angulares, ótimos cortes, edição esperta, captura dezenove bandas (dezoito e um poeta) dessa revolução islandesa em desempenho ao vivo pelos palcos da capital, no período 1981-82 (segundo especialistas, os primeiros acordes revolucionários foram disparados em 1979, os últimos estampidos em 1983). Como recheio as apresentações, entrevistas com as bandas e discussão, com a galera, de assuntos "delicados" relacionados à cena musical e à "tribal" sociedade islandesa, como drogas, violência, desemprego etc.......Rokk Í Reykjavík é uma espécie de "Punk Rock Movie" (filme de Don Letts) islandês... Mas é bom reforçar a preocupação cinematográfica de FTF ao realizar seu filme, e o caráter mais "relaxado", no bom sentido - super 8! - de Don Letts ao realizar o seu sobre a primeira geração do punk britânico. Ou dá para dizer que Rokk Í Reykjavík, que aliás quer dizer isso mesmo, rock em Reykjavík, é um tipo selvagem de Decline of Western Civilization, o histórico retrato de uma célula do punk californiano (Germs, Black Flag, Fear e outros flagrados em ação na virada de 1979 para 1980) por Penelope Spheeris, com não menos histórica trilha sonora lançada pela não menos histórica etiqueta do punk local, Slash Records. Se "o começo do fim do mundo" tivesse sido devidamente registrado.........A velha história, outra festa punk... Despertar da letargia clássica, aniquilar subculturas estabelecidas (covers e pseudodance), impor modelo anárquico de açaõ de sabotagem estética... o bom e velho "faça você mesmo" e dedo no olho dos embaçocratas da vida.........Seminal é pouco. Purrkur Pillnikk, Theyr, Tappi Tíkarrass (Kukl e Sugarcubes como combinações futuras), Fraebbblarnir, Ego, Q4U, Bodies (essa merece: "Kick us Out of the Country") e o esporrando Vonbrigdi, com o hino casca grossa "Ó Reykjavík". Uma cena realmente explosiva... qual as erupções vulcânicas que destroem para forjar, para moldar o novo território, o advento do punk rock islandês redesenhou definitivamente os caminhos da cena musical local. Nada foi o mesmo depois de Rokk Í Reykjavík.......O diretor FTF estava no lugar certo na hora certa com as intenções certas.......O filme é do tipo "todo o mundo viu". Na minha pequena pesquisa pessoal, todo mundo o viu "algumas vezes" Até meados da década de 1990, podia ser visto com certa freqüência nos cinemas (acho que o número de salas islandesas cabe nas mãos...) ou mesmo adquirido nas lojas especializadas daqui. O mesmo vale para a trilha sonora. Figura na lista virtual de best-sellers de todos os tempos. Ainda na pesquisa, percebi que muita gente faz questão de destacar que o importante, o "influente" mesmo é o filme. Impressão pessoal: pouca "ressonância" da marca cultural Rokk Í Reykjavík nas gerações eminentemente eletrônicas.......Rokk Í Reykjavík, o disco, é indispensável. Ganha reedições ocasionais. Essa daqui é a de 1993. O vinil original não se encontra nem em sebo. A versão em CD, sem as fotinhas legais do interior da capa dupla original, traz Björk, do Tappi Tíkarrass, à frente, em pose já clássica ao lado do tamborzinho (sim, conexões-especulações mil com o tambor de Günter Grass). Difícil avaliar a quantidade de gente que compra, e compra, o disco por sua causa, sendo esse um daqueles títulos que podem ser encontrados em lugares de orientações mais... turísticas. Afortunados desavisados. Além das duas com Björk, levam de quebra mais trinta e uma surpreendentes e deliciosas tortadas na cara.......O som furioso da Islândia se transformando.......A coletânea Naelur é uma espécie "informal" de "melhores momentos" de Rokk Í Reykjavík. São 18 faixas, com o mesmo pessoal, vários casos fazendo a mesma coisa... Não tem Björk na capa, mas tem adesivo informando que a coletânea contém duas faixas com o Tappi Tíkarrass de Björk. Nesse caso, faixas diferentes. Bom para colecionadores e interessados, já que o Tappi Tíkarrass continua inédito em CD. Destaque para as notas explicativas em inglês, a cargo do especialista no assunto Árnil Mathíasson, dentre outras atribuições curriculares, biógrafo oficial do Sugarcubes.

texto retirado de MASSARI, Fábio. Rumo à Estação Islândia. São Paulo: CONRAD, 2001, p.61-64.

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